terça-feira, 9 de junho de 2009

O 25 de Abril do meu tio-avô

Chamo-me Joaquim Marques Castanho, tenho 82 anos e nasci a Fevereiro de 1927. Sou reformado da GNR e recordo o dia 25 de Abril de 1974 como um dia importante.Com 47 anos, soldado no Quartel do Carmo, vi este invadido. Durante três dias, ali, sem podermos falar com a nossa família, com medo que puséssemos em causa o Estado. Eram mulheres, filhos e familiares, numa mágoa enorme, com a inexistência de sequer uma palavra a dizer, sim está tudo bem. Não demorou a chegar o dia em que se punha fim a esta guerra.As tropas terrestres, mandadas pelo Sr. Capitão Salgueiro Maia, postas em posição de ataque, com o fim de acabar com uma ditadura que já tinha feito demasiados estragos. A ordem foi dada pelo Sr. Capitão Salgueiro Maia e disse: “Vou entrar e falar com o Sr. Presidente”.Ele entrou. Seguindo ordens, os revoltados começaram o ataque. Nós pouco podíamos fazer, éramos menos. O ataque começou de surpresa e só tive tempo de me esconder por detrás da obreira de uma porta, sempre com a incerteza de vir a sair dali vivo. Foi tudo tão rápido! A luta cessou, quando o Sr. Capitão Salgueiro Maia apareceu numa das janelas do quartel, de braços no ar. O Sr. Presidente do Conselho havia sido derrotado. Quando a chaimite foi chamada para levarem o Sr. Presidente e alguns superiores até Monsanto, no largo do Carmo havia imensa gente desejosa de por fim à ditadura.










































O largo do Carmo, no dia 25 de Abril de 1974.






































Chaimites a caminho do Quartel do Carmo.








































Chaimite a entrar no Quartel do Carmo, para retirar os governantes.







Andreia Lopes

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